O livro de Filipenses é na verdade uma das 14 cartas escritas pelo apostolo Paulo conhecidas como Corpus Paulinum. Encontra-se no Novo Testamento é dos menores livros da bíblia, formado por apenas 104 versículos divididos em quatro capítulos.
Quando e Onde Foi Escrita
A evidência interna da carta indica que foi escrita durante o primeiro encarceramento de Paulo em Roma, por volta de 59-61 dC.
Epafrodito foi enviado pela congregação filipense, para cooperar com o Apostolo Paulo em seu ministério, mas durante este período adoeceu gravemente. Os filipenses ao receber a notícia da sua doença ficaram muito apreensivos. Assim que Epafrodito se recupera, Paulo o envia de volta à Filipos com a Epistola em mãos.
Esta é uma das cartas mais pessoais do apóstolo. Basta que observemos a freqüência da construção verbal da primeira pessoa do singular. O apóstolo escrevia a um grupo de amigos aos quais amava profundamente. Ele não fala como apóstolo, fala como Pai na fé.
A cidade de Filipos
Cidade da Macedônia fundada por Felipe II, pai de Alexandre “o Grande”, no ano 358 a.C. Era uma cidade importante no Império Romano por causa de sua localização geográfica na região montanhosa entre a Ásia e Europa.
A igreja em Filipos
O apóstolo Paulo visitou Filipos pela primeira vez, por ocasião de sua Segunda viagem missionária, como descrito em Atos 16. A visão que Paulo teve em Troas, era Deus convocando o apóstolo a passar ao continente europeu, dando-se ali, em Filipos, as primeiras conversões na Europa. Por isso esta cidade tem sido chamada o "berço do cristianismo europeu".
A igreja em Filipos cresceu e se fortaleceu trazendo muitas alegrias ao coração do apóstolo. Esta igreja amava muito a seu pai na fé, e mostra-lhe muito afeto, enviando-lhe uma carta viva na pessoa de seu representante Epafrodito. Este irmão zeloso corajosamente prestou ajuda a Paulo, mesmo colocando em perigo a sua própria vida. Por conseguinte, Paulo o elogia muito perante a congregação.
A congregação filipense sempre mostrara grande consideração para com Paulo. Era costume dessa igreja enviar-lhe generosas provisões materiais para alguma necessidade temporal. Tanto que, quando os irmãos em Jerusalém entraram num período de intensa perseguição e necessitavam de ajuda material, os cristãos em Filipos demonstraram prontidão para contribuir até mesmo além das suas possibilidades. Paulo apreciou tanto a excelente atitude deles, que os citou como exemplo para as demais congregações. (2Co 8:1-6)
Características da carta
Notamos três características principais nesta carta. Primeiramente, é uma carta bem pessoal, indicando a profundidade da amizade e fraternidade entre o apóstolo e a igreja. Outra marca desta carta é a centralidade da pessoa de Jesus Cristo e Seu senhorio. Nesta carta temos um dos mais belos hinos sobre a humilhação e exaltação de Cristo como Senhor absoluto. (Filip. 2:5-11)
Mas, sem dúvida, a grande característica de Filipenses é o destaque que o apóstolo dá ao gozo reinante no seu coração, apesar de estar ele em circunstâncias humanas tão tristes na prisão. Só Deus pode, pelo Seu Espírito, colocar "alegria" no coração de Seus servos em "qualquer tempo" e sob "quaisquer circunstâncias".
A nota dominante
O livro de filipenses é comumente chamado de “A epistola da alegria”, pois esta é a mais alegre carta do Novo Testamento. Do início ao final a alegria é a nota dominante e isso se torna ainda mais marcante pelo fato do apóstolo Paulo estar preso ao escrevê-la. Ele na verdade teria vários motivos para estar triste, no entanto, estava feliz porque a igreja o apoiou desde o inicio lhe enviou ofertas para se manter e na prisão não foi diferente (Fp 4.15-18).
A palavra alegria (CHARA) aparece cinco vezes nesta epistola. (1:4; 1:25; 2:2; 2:29; 4:1)
O verbo regozijai-vos (CHAIREIN) onze vezes: (1:18; 2:17; 2:18; 2:28; 3:1; 4:4; 4:10)
Pr. Ivan Henrique
